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Servidores voluntários nas Olimpíadas do Rio

Tomados pelo espírito olímpico, muitos servidores tentaram organizar seu tempo para iniciar alguma espécie de atividade física, buscando uma vida mais saudável e equilibrada. Outros foram além: resolveram mergulhar de cabeça no clima olímpico e se inscreveram como voluntários para trabalhar nas Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016.

“E o que você ganha? Ainda tem que bancar hospedagem?” Cláudio Antonio de Andrade Filho, assistente da diretoria da 9ª Vara do Trabalho do Recife, explica que, quando atuou na Copa das confederações (2013), do Mundo (2014) e agora, nas Olimpíadas, deparou-se sempre com essas mesmas perguntas.

Apesar de nada receber e ainda arcar com os custos de hospedagem, revela o servidor que o voluntariado lhe trouxe um mundo de possibilidades: “Iniciei visando a oportunidade de praticar o inglês com pessoas nativas do país sem precisar viajar para o exterior, mas estar em eventos de grande porte ampliou meus horizontes: descobrir todo o material humano envolvido para que os espectadores possam apreciar a performance dos atletas é fascinante”.

Cláudio conta que a experiência nesses eventos o fez descobrir que cada voluntário tem uma história e está aberto a descobertas enquanto doa seu tempo em prol do esporte. “Isso é encantador”, destaca. Além disso, “cada um à sua medida exercita a alteridade, coloca-se no lugar do outro e assim pode ajudar da melhor forma possível. Dessas experiências ganho uma riqueza mais valiosa do que qualquer valor material que possa receber”, celebra.

Assim como Cláudio, a oficiala de justiça aposentada Gracinha Santos já é experiente no voluntariado, havendo também participado da Copa das Confederações e do Mundo. “O grande legado foram as dezenas de amigos conquistados e a certeza de que contribui para o sucesso do evento”, lembra, saudosa, de 2013. Na Copa, reencontrou as amizades feitas no ano anterior, “mais uma experiência que não tem preço”.

Na expectativa para as Olimpíadas, já que inicia o trabalho neste domingo (14), Gracinha aconselha aqueles que pensam em se engajar: “Vá adiante, conquiste seu espaço e verá como é gratificante. Estamos aqui, somos mais de 50 mil voluntários, todos com o mesmo objetivo, contribuindo com o sucesso do evento e realizando nossos sonhos”.

Gracinha e Cláudio, na Cidade do Samba, no dia em que foram buscar as credenciais das Olimpíadas Rio 2016

Outro servidor embalado pelo clima olímpico é o diretor da 1ª Vara do Trabalho de Olinda, Rodrigo Teixeira Paiva, mais um veterano no assunto, já que trabalhou no Yonex Brasil Open de Badminton do ano passado, evento que contava pontos para o ranking mundial do esporte. “É uma experiência interessante, pois você conhece a estrutura por trás de um grande evento. O público, que vai apenas para torcer, não imagina o trabalho que dá pra organizar tudo”, explica.

Rodrigo (centro, de azul) e outros voluntários, no Yonex Brasil Open de Badminton (2015)

Neste ano, Rodrigo vai atuar na Paralímpiadas, entre 7 e 18 de setembro, como assistente de informação esportiva, no basquete em cadeira de rodas. O diretor revela que o trabalho, aparentemente simples, requer muita concentração e habilidades como a de se comunicar em outras línguas: “você é demandado pelos jogadores, técnicos, árbitros, e tem que se virar para dar a informação correta, tudo em outros idiomas”.

O servidor também conta que estar vestido a caráter pode colocar os voluntários em situações inusitadas: “No badminton, uma atleta indiana veio me pedir ajuda para procurar um albergue, pois o hotel oficial era caro e a federação indiana não ajudava. Não fazia parte das minhas atribuições, mas a essência do voluntariado é sempre ajudar, então a encaminhei a colegas que residiam no Rio de Janeiro”, testemunha o servidor, propagando o verdadeiro espírito do voluntariado.

Texto: Mariana Mesquita

Fotos: cortesia