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PRESIDENTE DO TRT-PE PARTICIPA DE SIMPÓSIO CONTRA INTOLERÂNCIA

 
O presidente do Tribunal Regional da 6ª Região (TRT-PE), desembargador Ivanildo Andrade, foi um dos palestrantes do simpósio "A intolerância religiosa e racial no ambiente de trabalho" realizado na noite desta segunda-feira (25/08), no auditório da Faculdade Metropolitana da Grande Recife, em Jaboatão dos Guararapes. O evento foi organizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseccional Jaboatão dos Guararapes e Moreno, e contou com presença de várias autoridades, entre elas o prefeito de Jaboatão, Elias Gomes; o presidente do TRT15 (SP), desembargador Flavio Cooper; o presidente da OAB Jaboatão e Moreno, Dr. Paulo de Tarso Saigh e o procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Dr. Aguinaldo Fenelon de Barros, entre outros; além de representantes de várias instituições, professores e membros da diretoria da faculdade.
 
 
Falando para um auditório lotado, o presidente Ivanildo Andrade agradeceu o convite e destacou que eventos como este se fazem mais necessários a cada dia. "É tempo de refletirmos sobre o nosso futuro como nação, de lutarmos pela efetivação dos postulados constitucionais. Hoje os tempos são outros, pois a partir do exame de DNA chegou-se a conclusão de que todos nós, independente de características aparentes, temos mais de 99% do nosso patrimônio genético idêntico. Assim, vemos que a discriminação racial - que se manifesta a partir de ação, omissão e segregação, que desqualifica e desnivela -, está cada vez mais com seus fundamentos arranhados. A cada dia, superamos esses preconceitos lançados no passado. A família humana é uma só, todos temos que nos dar as mãos, superar preconceitos e buscar a unidade. Só assim conseguiremos fazer com que a Constituição Federal se efetive, pelo menos na parte em que diz respeito aos princípios que devem manter a construção da cidadania", afirmou.
 
Citando o artigo terceiro da Constituição, o presidente disse ainda que o Estado, a iniciativa privada e todos os cidadãos têm, mais do que princípios, comandos a serem observados. "Cada um de nós é responsável pelo futuro que nos espera. É inconcebível, nos dias de hoje, a intolerância religiosa. Cada um é livre para escolher a crença que o conduzirá, ou de não ter crença nenhuma. Todos devemos ver no nosso próximo um irmão. Com intolerância racial e religiosa, o homem não se dignifica e a constituição é letra morta. Todo cidadão é um pouco responsável pelo nosso futuro", completou.
 
 
O desembargador Flavio Cooper, do TRT de São Paulo, usou sua própria herança genética para exemplificar a importância da tolerância racial e religiosa: "Apesar de ser carioca de mãe paulista, meu pai nasceu no Recife. O avô da minha avó era português, que veio ao Brasil para ser padre e acabou constituindo família. Por outro lado, o avô do meu avô era cônsul da Inglaterra e protestante. Meu bisavô em São Paulo era espírita e foi cassado como médico, pois acreditava que devia atender de graça uma vez por semana por caridade, o que contraria a ética médica. Meu pai, ateu e socialista, foi o advogado que o defendeu. Além de tudo, também sou descendente de uma índia com Jerônimo Albuquerque, conhecido como Adão Pernambucano. Ou seja, ao negar a harmonia entre as etnias e a diversidade religiosa, estamos negando a nossa própria existência. Por isso, a tolerância religiosa e étnica deve ser uma coisa natural", afirmou.
 
 
Para o prefeito Elias Gomes, este debate é fundamental para a construção da justiça social. "A construção de uma sociedade efetivamente harmoniosa passa pela superação de todas as formas de intolerância. Não é possível construir uma democracia, em que se pressupõe igualdade de oportunidades para todos, se não superarmos todas as formas de intolerância, seja cultural, social, racial, religiosa e, inclusive esportiva. Nós assistimos hoje no Brasil espetáculos deploráveis na saída dos estádios de futebol, que denotam o quanto a intolerância é inadmissível nas relações entre as pessoas, em qualquer segmento".
 
Texto: Iúri Moreira
Fotos: Danilo Galvão