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MUSEUS PARA AS PESSOAS

Marcília Gama, Bruno Melo de Araújo, Marília Falcão Rodrigues (servidora do TRT-PE) e João Pinheiro da Câmara Filho

“Não adianta restaurar um bem e as pessoas não usufruírem dele. Eles têm que estar a disposição do público”. Este foi o destaque que Bruno Melo de Araújo,  professor do departamento de antropologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e museologista, abordou na sua mesa de debate, realizada na quinta-feira (25), na programação da Primavera dos Museus, no Memorial da Justiça do Trabalho de Pernambuco (TRT-PE).

Com o tema “Museu, criatividade e educação”, Araújo mostrou que o museu tem que ser um local interessante para as pessoas, que as façam visitá-lo e ter interesse por ele. “O museu não pode ser visto como um lugar para se guardar coisas ‘velhas’, tem que ser um local com que as pessoas se identifiquem, onde encontrem suas memórias e participem daquela história”, ressaltou o professor.

Questionado sobre a importância do Memorial da Justiça do TRT-PE, o museologista colocou que o espaço tem uma representação histórica para a população pernambucana sobre as vitórias das reivindicações das lutas trabalhistas. Nesta Primavera dos Museus, o público também pôde conhecer alguns dos lados mais criativos e interessantes dessas lutas, com mostras do acervo dos dissídios coletivos entre o período de 1964 a 1985, por meio de tirinhas, panfletos, cartazes, jornais e vídeos.

A apresentação desse material trouxe ao Memorial a visita de ex-sindicalistas, que participaram das lutas de classes no período apresentado, além de muitos estudantes e público em geral. Nesta amostra, foram destacados os dissídios dos bancários, professores, construção civil e rodoviários.

A chefe do Núcleo de Gestão Documental e Memória, Marcília Gama, escolheu o período por se tratar do Golpe Militar, que em 2014 completa 50 anos. “Naquele momento, por conta da censura, tivemos muitos materiais abordando os problemas de formas criativas e isso é muito interessante”, comentou. O acervo dos dissídios do Memorial é tombado como patrimônio histórico da humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) desde 2012. “Somos o primeiro Tribunal Trabalhista a receber esse título”, orgulha-se Marcília.

Quem visitou o espaço ainda pôde apreciar a apresentação da coleção de selos de João Pinheiro da Câmara Filho, Zito. O servidor do TRT-PE ingressou na filatelia há 50 anos e tem em sua coletânea mais de seis mil selos temáticos, raros, internacionais e réplicas. Aproveitando o nome do evento “Primavera dos Museus”, foram apresentados, em destaque, os com tema de flores.

A ação nacional é idealizada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), autarquia vinculada ao Ministério da Cultura cuja missão é incentivar unidades museológicas a desenvolverem projetos culturais, sociais e educacionais. 

Texto: Patrícia Castelão

Foto: Danilo Galvão