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Segurança das máquinas e exposição a ruído e poeira em debate na manhã desta terça (9)

Araripina – Na manhã desta terça-feira (9), um painel integrado por três palestras compôs a programação do seminário Trabalho Seguro e Saudável no Sertão do Araripe.

A primeira conferência foi “NR-12 Segurança no Trabalho em máquinas e equipamentos”, ministrada pelo auditor fiscal do trabalho Carlos Fernando da Silva.

 Auditor fiscal do trabalho Carlos Fernando da Silva

“De acordo com a Norma Reguladora – 12 (NR-12), as novas máquinas têm de acomodar a lógica da segurança”, afirmou Carlos Fernando. A NR-12, que tem como fundamento a redução de acidentes e prevenção de doenças, é um regulamento técnico, pois, ao contrário da norma técnica, deve ser seguido por exigência legal. A norma tem como marco legal a Convenção 119 da OIT.

Outra concepção que a fabricação de máquinas deve respeitar é o princípio da falha segura, ou seja, que, em caso de defeito, o equipamento minimize os danos causados às pessoas. Exemplo disso é um elevador, que, ao entrar em pane, deve lentamente parar no andar térreo e não no meio do prédio.

O palestrante destacou que as empresas precisam mapear as zonas de perigo das máquinas, o local nos equipamentos que causa os acidentes. É o mapeamento dessas zonas que vai garantir o manuseio seguro. Um quarto dos acidentes de trabalho tem como origem o manuseio de máquinas. Prensas, na metalurgia, e serras circulares, na construção civil, são equipamentos que geram grande número de ocorrências.

Segundo palestrante, Gilson Lucio Rodrigues, apresentou o tema “Exposição ao ruído e à poeira: danos à saúde, avaliação e medidas de controle”. São muitos os efeitos do ruído, “Se o barulho for intenso e a ele o trabalhador estiver exposto por longos períodos, poderá sofrer, além dos imagináveis problemas de audição, aumento da pressão arterial e problemas gastrointestinais, por exemplo”, esclareceu o engenheiro. 

Gilson Lúcio Rodrigues, pesquisador da Fundacentro-PE

O palestrante alertou que “Quando se fala em segurança do trabalho, se pensa logo em EPI, mas é preciso antes pensar em proteção coletiva”.

Ao abordar o subtema poeira, o engenheiro destacou que o grande perigo das partículas em suspensão é que comumente elas se apresentam invisíveis a olho nu no ambiente de trabalho e assim não são tomadas medidas de proteção. Os malefícios da poeira são diretamente proporcionais ao teor de sílica, elemento abundante na crosta terrestre. Assim, a presença das partículas pode gerar desde ulceração da pele, bronquite, queimaduras graves e até a morte.

Último palestrante da manhã, Albério Feitosa Calado, engenheiro em segurança do Trabalho e inspetor do Crea, falou sobre “Amostras de aerodispersóides no polo gesseiro do Araripe.”

Engenheiro Albério Calado 

Em sua pesquisa, Albério Calado constatou que a grande maioria das empresas apresenta ambiente com os níveis de poeira toleráveis. Mas disso não se conclui que a atividade gesseira não possa trazer danos à saúde do trabalhador. Além da medição do nível de partículas nos locais, o pesquisador também analisou exames médicos feitos nos operários. Dos cerca de 14 mil trabalhadores examinados, em aproximadamente quinhentos foram encontradas alterações de saúde.

O diretor do Centro Regional da Fundacentro de Pernambuco, Túlio Gadelha, presidiu o painel desta manhã.

Diretor regional da Fundacentro-PE, Túlio Gadelha

O evento, promovido pelo Getrin6, tem continuidade no turno da tarde. Às 13h, será exibido o vídeo-reportagem “O ouro branco de Araripina”, produzido pela TV Brasil. Seguem-se as palestras “Condições de trabalho no polo gesseiro do Araripe: panorama atual e atuação do MPT”, com a procuradora Vanessa Patriota; “A Cipa e suas várias configurações: um recorte para o setor da mineração”, exposição que será feita por José Hélio Lopes Batista, educador da Fundacentro, e “Benefícios acidentários em decorrência do acidente do trabalho”, por Lindinalva Amorim, assistente social do INSS.

Texto: Eugenio Jerônimo

Fotos: Stela Maris