Publicada em 22/09/2023 às 10h10 (atualizada há 22/09/2023 - 12:02)
Hanni Stoklosa exibe guia de apoio às vítimas do tráfico de pessoas
O Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região recebeu nesta quinta-feira (21/9) evento em que foi discutido o combate ao tráfico de pessoas e se fez alusão ao Dia Internacional Contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças, 23/9.
Realizado no Pleno do TRT-6, o encontro foi aberto pela presidente do Regional, desembargadora Nise Pedroso, que deu as boas-vindas aos participantes e às participantes, parabenizando a iniciativa. Ressaltou ainda a relevância da discussão de um assunto tão sensível. “É um tema importante e delicado para reflexão profunda”, completou a desembargadora.
Organização conjunta do Grupo de Trabalho de Formação e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e das organizações Freedom Fund, HEAL Trafficking e Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero, o encontro promoveu o lançamento do Guia para desenvolver uma resposta às vítimas do tráfico de pessoas em ambientes de assistência à saúde.
Coordenador do GT de Formação e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, o desembargador do TRT-6 Paulo Alcantara antecipou que já está divulgando o guia junto aos cursos de medicina, para que os protocolos constantes da publicação se tornem conhecidos e sejam adotados como modelo. O desembargador lembrou a gravidade da questão e revelou a disposição de enfrentá-la com energia. “Trata-se de um tema cruel, mas não nos falta força para lidar com ele”, disse.
A conferência magna, com o título Desafios para descrever e monitorar políticas antitráfico de pessoas no Brasil foi proferida por Débora Aranha, gerente sênior de programas do Freedom Fund. Em sua palestra, ela avaliou que um dos desafios do problema no Brasil é que muitas vezes esse tipo de tráfico está associado ao poder econômico e político. Por fim, a palestrante conclamou a sociedade a denunciar essas condutas criminosas. “Apurar o nosso olhar é o que vai gerar denúncia. Que o guia possa ser usado na prática, tirando-se o crime da invisibilidade.”
Coube à doutora Hanni Stoklosa o lançamento formal do guia. Ela sublinhou que a obra em sua versão brasileira é resultado do trabalho em equipe e manifestou gratidão aos participantes do processo de tradução e adaptação. Em seguida, estimulou as pessoas a colaborarem dentro de suas instâncias com o combate ao crime do tráfico de pessoas. “Cada um tem uma esfera de influência. Que ajuda vocês podem dar?”, provocou.
A programação contou ainda com um conjunto de minipalestras reunidas sob o título Reflexões – atuação em rede: estratégias coletivas contra o tráfico de pessoas. Falaram os/as conferencistas:
Debora Tito – Procuradora do Trabalho e Coordenadora Regional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento do Tráfico de Pessoas na PRT-6ª Região.
Jane Santos – Secretária Executiva de Desenvolvimento Social, Criança, Juventude e Prevenção à Violência e às Drogas do Governo do Estado de Pernambuco.
Luciana Albuquerque – Secretária de Saúde da Prefeitura da Cidade do Recife.
Ana Rita Suassuna – Secretária de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude, Política sobre Drogas da Prefeitura da Cidade do Recife.
John O’Brien – Cônsul dos Estados Unidos para Assuntos Políticos e Econômicos.
Jô Meneses – Coordenadora de Programas e Projetos da Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero.
Guia para desenvolver uma resposta às vítimas do tráfico de pessoas em ambientes de assistência à saúde.
O manual é uma produção da HEAL Trafficking, financiado pelo David and Natasha Dolby Fund, com o apoio das instituições parceiras do Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas em Pernambuco (GTETP-PE). Originalmente concebido em inglês, com uso em Nova Iorque e outros locais, o guia, que é voltado para instituições e profissionais de saúde, foi traduzido e adaptado para a realidade brasileira.
Mais lançamento – Durante o evento, a doutora Anália Ribeiro lançou o livro Tráfico de Pessoas no Brasil – invisibilidade, monitoramento e avaliação da política pública. A obra, que é fruto da tese de doutoramento da autora, discute o silenciamento das vítimas e a invisibilidade do crime de tráfico de pessoas. Propões ainda a adoção de metodologias de monitoramento e avaliação que possam ser usadas em análises da política de enfrentamento ao tráfico de pessoas segundo a abordagem dos direitos humanos.
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Texto: Eugenio Jerônimo / Foto: Roberta Mariz