Publicada em 01/05/2020 às 08h00 (atualizada há 01/05/2020 - 08:00)
Quando assumi a Presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6), em fevereiro de 2019, para o biênio que se conclui em 2021, ao lado das competentes e solidárias Desembargadoras Dione Nunes Furtado, Vice-Presidente, e Maria Clara Saboya, Corregedora Regional, defini como meta central da gestão tornar a Justiça do Trabalho, em Pernambuco, mais efetiva, plenamente acessível a toda a sociedade e capaz de proporcionar aos cidadãos as respostas que eles esperam desta Corte.
Não supunha – nem o podia – que este 1º de maio de 2020 encontraria, lamentavelmente, a humanidade perplexa ante uma pandemia decorrente da avassaladora progressão do novo coronavírus. Contudo, não cabe aos administradores de qualquer das esferas do Poder Público aspirar a outro cenário ou lamentar os fatos como desafortunada coincidência histórica. O que lhes compete é enfrentar a realidade com os recursos legais e financeiros de que dispõem dentro dos limites que lhe são impostos e na elasticidade das soluções criativas.
Quero, nesta ocasião em que celebramos o dia do trabalho, trazer para o primeiro plano os profissionais de saúde, que se encontram na linha de frente da guerra cotidiana contra a Covid-19, tentando salvar vidas e permitir a estabilidade social. Com dedicação e senso de coletividade, médicos, enfermeiros e demais profissionais da área personalizam, nesta grave fase que enfrentamos, modelo de trabalho não apenas como atividade individual ou mera ocupação econômica, provedora do sustento, mas, igualmente, como tarefa comprometida a conferir dignidade aos seres humanos.
Gostaria de homenagear, também, todas as categorias de trabalhadores em nome dos que integram o TRT6. Nossos magistrados e funcionários, numa demonstração de exercício da condição de servidores públicos, continuam cumprindo suas funções, de forma remota, mantendo a prestação jurisdicional para solucionar as demandas trabalhistas em curso, atingindo expressiva produtividade.
A conjuntura crítica atual exige que o Judiciário Trabalhista assegure, mais do que nunca, a dignidade do trabalho, no que deve ser inflexível, sem perder, entretanto, a sensibilidade de considerar os novos arranjos impostos pela realidade econômica presente, com toda atipicidade que a caracteriza.
A Deus, rogo perseverança para continuarmos crendo que, embora sério, o quadro que vivenciamos é transitório; a cada um, na fronteira de suas capacidades, peço o desenvolvimento de ações solidárias, que, às vezes, mesmo materialmente pequenas, revestem-se de grande valor e significado, gerando pródigos exemplos. A fé no término desta crise e a observação de gestos cooperativos de centenas de pessoas para amenizar seus efeitos animam-me a continuar buscando uma Justiça do Trabalho acessível e plena, enfim, efetiva.
Parabenizo, assim, a todos os trabalhadores neste 1º de maio, convicto de que é a diversidade de profissões e atividades laborais que possibilita a satisfação das necessidades da sociedade. Desejo-lhes sorte e êxito na luta individual e coletiva, agora ainda mais árdua, para a construção de um mundo harmônico e fraterno, que celebre o trabalho como o próprio fator da dignidade humana.
Valdir Carvalho, Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-PE)