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Conheça a história de Igor, servidor do TRT-6 que adotou quatro crianças irmãs

Foto do servidor Igor com seus quatro filhos

Este ano, Igor Fontenele, servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região, vai ter um dia dos pais pra lá de especial. Será o seu primeiro ano como pai, e logo de quatro filhos de uma vez. Ele adotou quatro irmãos.

Saiba um pouco mais sobre essa história no relato do próprio Igor:

Eu e minha esposa, Anatália, desde a época do namoro já conversávamos sobre adoção, embora nenhum dos dois tenha qualquer problema de saúde conhecido para conceber por vias naturais, a adoção sempre nos pareceu um dos caminhos mais viáveis à parentalidade, e foi por ele que escolhemos trilhar. Hoje, já casados, sentimos e decidimos que chegara a hora de nossa família crescer.

Após procurarmos a Vara da Infância e Juventude e a Defensoria Pública Estadual, deflagramos o processo de habilitação, no qual passamos por todas as avaliações previstas no ECA-Estatuto da Criança e do Adolescente, e no final obtivemos a habilitação como pretendentes à adoção.

Foto do servidor Igor e a esposa com seus quatro filhos

A ideia inicial era a de adotar uma criança, apenas, independente de sexo ou etnia, até cinco anos de idade.

Eis que um dia, após o advento da sentença de habilitação, resolvo, com nossos dados, abrir o SNA-Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento. Conferi nossos dados, que estavam corretos, e vi ali uma aba peculiar, que levava ao sistema da Busca Ativa.

Já havíamos ouvido falar deste sistema durante o curso preparatório para adoção, requisito necessário à habilitação, todavia, nunca o tinha explorado. Tal sistema se propõe a divulgar pequenos relatos e imagens de crianças e adolescentes de difícil recolocação familiar, quais sejam: crianças com mais idade, com deficiência ou grupos de irmãos. Dado que, embora haja mais pretendentes do que crianças disponíveis à adoção, como a maioria dos pretendentes cinge a busca a crianças com menos de dois anos, ainda existem muitos infantes sem uma família.

Foto das mãos da família unidas com as palmas para cima. Em cada uma tem um rostinho sorrindo desenhado.Ocorre que um grupo em particular me chamou muita atenção, era um grupo de irmãos, e naquele momento veio toda uma sensação de que já os havia conhecido antes. Chamo minha esposa para ver este mesmo sistema, e sem que eu nada tivesse compartilhado sobre essa sensação, seu olhar se deteve sobre este mesmo grupo de irmãos dentre tantos que ali estavam inseridos (por volta de 200 perfis!). Ela teve, então, o mesmo sentimento que tive, a emoção de tê-los encontrado.

Esbarramos, todavia, na racionalidade, afinal, era muito mais do que a única criança que havíamos nos preparado para receber.

Deixamos passar uns dias, levar essa ideia ao travesseiro, afinal, seria uma das decisões mais importantes de nossas vidas.

Mas aquelas crianças não nos saiam do pensamento. Uma noite, ela no trabalho, eu em casa, ao conversarmos, percebemos que ambos estávamos neste sistema olhando as fotos dos nossos filhos. A decisão já parecia tomada. Eram eles! Faltava-nos sentar e ver como faríamos para receber e adaptar nossa rotina a essa realidade.

Entramos em contato com a Vara da Infância de Juventude da cidade onde as crianças estavam, em outro estado da federação, e fomos informados que nenhuma família jamais havia manifestado interesse quanto às crianças, por se tratar de um grupo numeroso.

Foi então que, em maio de 2023, fomos até a cidade em que moravam para conhecê-los. E desde o primeiro dia veio a certeza de que os havíamos reencontrado. Eram quatro meninos, que à época contavam 9, 6, 3 e 1 anos de idade. A recíproca foi verdadeira. Eles também ansiavam por uma família e estavam prontos para receber todo o amor que o mundo pudesse lhes prover.

O processo então se torna doloroso. Isso ninguém te fala antes (risos). Afinal, o vínculo parental, com todos os respeitos às instituições, não se constitui de uma decisão jurisdicional, mas da disposição dos envolvidos em constituí-los.

Ainda assim, em observância aos ditames legais, tínhamos que passar por um estágio de aproximação. E, dado que estávamos a mais de 2500 km de distância, foi formatado com período de uma semana por mês, no qual os buscávamos no abrigo para ficar conosco em alguma casa/apartamento de temporada locado.

Era muito doloroso a separação dos nossos filhos ao final de cada período de visita. Mas a esperança de trazê-los pra casa nos sustentava.

Então em outubro de 2023 a tão esperada guarda foi deferida, e nossos pequenos puderam vir conhecer o novo lar, com seus papai e mamãe. Desde então nosso lar se expandiu em amor, e não há um só dia em que não haja alegria (e muito trabalho!)

A adaptação, a resiliência e a disposição em amar das crianças é fantástica e nos mostra como o amor pode fazer crescer, multiplicar, ensinar, nutrir. Cada dia desde então amanhece com a certeza de que nos reencontramos, que sempre estivemos predestinados a nos encontrar. E esse será nosso primeiro dia dos pais juntos, em uma jornada onde cada momento tem sido de primeiras vezes, porque com o nascimento dessa nova família, tudo se ressignifica e cada experiência tem tido o sabor doce de uma primeira vez, porque é nossa primeira vez como família.


Matéria de teor meramente informativo, sendo permitida sua reprodução mediante citação da fonte.
Coordenadoria de Comunicação Social (CCS)
Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6)
imprensa[at]trt6.jus[dot]br
Texto e Foto: Cortesia (Igor Fontenele)