Peça encena busca pela justiça

O Programa Trabalho, Justiça e Cidadania, na sua edição de 2011, foi encerrado no último dia 18 de novembro, com a premiação de alunos de escolas públicas que apresentaram jogos teatrais e vídeos relativos aos direitos e deveres dos trabalhadores. O Programa foi lançado nacionalmente em 2004, tendo sido implantado de forma pioneira em Pernambuco, no ano seguinte, sob a coordenação da Amatra VI, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação e com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Anamatra.

O objetivo é a divulgação das regras que regem as relações entre empregados e empregadores e a transmissão de noções acerca de cidadania e ética. A iniciativa já beneficiou mais de 40 escolas ao longo deste tempo, com a participação de aproximadamente 20 mil alunos. Somente em 2011, mais de cinco mil crianças e adolescentes estiveram vinculados ao programa.

O evento que marcou o término do projeto deste ano reuniu, no auditório da Fiepe, estudantes das escolas que se dividiram em torcidas organizadas para vibrar pelos trabalhos desenvolvidos pelas instituições que representavam. Além deles, foi registrada a presença da coordenadora Carmen Varejão Richilin, juíza do TRT, da presidente da Amatra, juíza Luciana Conforti, da professora Gilvani Alves Pile Torres, representante da Gerência Regional de Educação, além de outros magistrados e educadores.

Diante da empolgação dos presentes, houve a execução do Hino Nacional e a apresentação da Banda Marcial Erundina Negreiros, regida pelo maestro Márcio José. Em seguida, após as explicações relativas ao trabalho desenvolvido e à premiação dos melhores, a Amatra VI exibiu um vídeo didático sobre as relações de trabalho, direitos e deveres das partes envolvidas.

A grande vencedora do prêmio de jogos teatrais foi a Escola Erundina Negreiros, localizada na Macaxeira. Os alunos encenaram a saga de um beato que partia do Sertão na companhia de um burro falante, em busca da “Santa Justiça”. Nesta caminhada o beato foi encontrando pessoas que precisavam de justiça e que foram sendo arregimentadas para formar o seu grupo. Até mesmo um cangaceiro é convencido a integrar o grupo que finalmente encontra a “Santa Justiça”.

O prêmio de melhor vídeo coube à Escola Maria Amália, também situada na Macaxeira, que apresentou um jornal com uma reportagem especial sobre acidentes de trabalho. A entrevistadora visitava uma empresa de construção civil, atividade que concentra o maior número de mortes por falta de equipamentos de segurança. Ela escolheu um prédio em construção onde eram obedecidas as normas de proteção, procurando, através da entrevista com um pedreiro, demonstrar os benefícios desse tipo de procedimento.

A Escola Motta e Albuquerque também foi premiada na categoria cordel. Todas as instituições de ensino participantes receberam um certificado, enquanto os alunos vencedores foram agraciados com vales da Livraria Cultura.

Concorreram à premiação mais quatro jogos teatrais e três vídeos. A Escola Professor Motta Albuquerque apresentou uma peça a respeito da exploração do trabalho infantil em uma carvoaria, onde as crianças trabalhavam 18 horas por dia em troca de comida. O jogo teatral da Escola Governador Barbosa Lima baseou-se no emprego doméstico e o da Escola Maria Amália sobre os dilemas do trabalhador que tem seus direitos feridos pelo patrão. Já a Escola Lions de Parnamirim focou seu jogo teatral na troca de papéis do patrão com um empregado.

Quanto aos vídeos, a Escola Professor Motta e Albuquerque mostrou o trabalho como uma forma de obter uma vida feliz e Escola Erundina Medeiros abordou os direitos dos trabalhadores. Também especificou todas as formas de trabalho, do estágio ao formal, com carteira assinada e denunciou o trabalho infantil, mostrando que lugar de criança é na escola. Por sua vez, a Escola Governador Barbosa Lima, apresentou as dificuldades encontradas na busca por um emprego, ressaltando ainda as conquistas dos trabalhadores.