Publicada em 28/08/2019 às 10h20 (atualizada há 28/08/2019 - 16:40)
Empoderamento, desigualdade de gêneros, lugar de fala, representatividade, maternidade, carreira, machismo, feminismo e vários outros relativos à promoção da equidade entre homens e mulheres nas carreiras foram alguns dos temas que motivaram magistrados, oficiais, servidores e membros da sociedade civil a lotarem a sala de sessões do Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-PE) na tarde de ontem (27). A convite do Grupo de Fomento à Participação Feminina do TRT6 (coordenado pela desembargadora Maria do Socorro Emerenciano), Gleide Ângelo (delegada e deputada estadual), Fabiana Soares (consultora de Recursos Humanos, voluntária da ONU Mulheres–Norte e Nordeste e do Instituto Maria da Penha); e Dione Thiago (secretária de Comunicação da Procuradoria-Geral da República) falaram a uma plateia predominantemente feminina sobre a Valorização da Mulher nas Carreiras Públicas.
O desembargador presidente, Valdir Carvalho, inaugurou o evento, registrando a expressiva ocupação feminina na corte, notadamente na bancada – composta por 10 mulheres e nove homens –, como também nos gabinetes dos desembargadores e da Presidência, nas secretarias de turmas e do Pleno e nas varas dos trabalho da capital, onde se observa a maioria de cargos ocupados por mulheres. “Precisamos trabalhar para uma sociedade que não apenas reconheça a dignidade da mulher enquanto profissional como também valorize a sua contribuição para a família, cultura, política, ciência e economia”, finalizou.
A desembargadora Socorro Emerenciano destacou a posição de vanguarda do Tribunal em relação à representatividade feminina, mas ponderou: “A mulher historicamente sempre ocupou uma posição de desigualdade com relação ao homem. Se olharmos décadas para trás, perceberemos que a evolução foi grande. Mas quando vivenciamos nos dias de hoje tanta violência contra a mulher é que nos damos conta de que esse progresso, apesar de grande, ainda é pequeno: muito ainda há por se fazer”, pontuou.
Gleide Ângelo abriu a jornada, seguida de Fabiana Soares e Dione Thiago. As três trouxeram dados que traduzem a gritante desigualdade entre homens e mulheres nos vários setores, desde as discrepantes oportunidades de emprego às diferenças salariais e a tímida participação feminina na politica (16%): “Como ter representatividade sem igualdade? Não há mulheres ocupando espaços de decisão e de poder”, assinalou Gleide.
Temas como o paradoxo maternidade-carreira, congelamento de óvulos, preconceito, cultura machista, “objetificação” da mulher, relações abusivas, diversidade, inclusão, feminismo e empoderamento acompanharam as falas das três mulheres. “Empoderamento é fazer suas próprias escolhas: o que vestir, que carreira seguir, que relações ter, ou seja, é o poder sobre as decisões que afetam sua vida, trabalho, cidade, estado, país, mundo”, sublinhou Fabiana.
“Mulheres precisam provar e reafirmar sua capacidade o tempo todo”, considerou Dione Thiago. A jornalista ressaltou ainda que é preciso questionar cada atitude sob a ótica da equidade. “Estamos muito distantes da situação ideal. E não vamos mudar o mundo do dia para a noite. Mas importante pensar o que cabe a cada um fazer para mudar essa realidade”,
A tarde foi encerrada com a apresentação da Orquestra de Câmara do Alto do Mina, que encantou a plateia com a execução de três composições. O projeto social atende cerca de 50 crianças e adolescentes da comunidade dos Bultrins, em Olinda-PE, e mantém acordo de cooperação com TRT6 desde outubro de 2017.
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Texto: Mariana Mesquita
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