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Psicólogo fala sobre os desafios no Serviço Público

   

A Escola Judicial (EJ6) do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-PE) promoveu ontem (9) a palestra “Há motivos para se motivar no serviço público?”, que foi apresentada pelo psicólogo e professor Rossandro Klinjey. O evento, que marcou o encerramento do ano letivo da EJ6, aconteceu no auditório do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE).

Destacando o convênio recém-firmado entre as escolas do TRT e do TCE, o diretor da Escola de Contas Públicas, Ranílson Ramos, destacou a importância das instituições estabelecerem parcerias, ajudando a desenvolver suas atividades. Para o conselheiro, o compartilhamento do conhecimento deve ser fomentado, especialmente pelas unidades de formação e aperfeiçoamento. “Este é um caminho sem volta. A união de esforços pode garantir resolutividade e eficácia, indispensáveis a um serviço público moderno”, afirmou, dando as boas-vindas ao palestrante e audiência – formada em sua maioria por magistrados e servidores do TRT de Pernambucano.

O diretor da Escola Judicial, desembargador Ivan Valença, iniciou sua fala agradecendo os conselheiros Marcos Loreto (presidente do TCE) e Ranílson Ramos pela acolhida no auditório da instituição. Em seguida, fez um rápido balanço das atividades desenvolvidas pela EJ6 ao longo de 2019.  Destacou que foram realizados 847 cursos, perfazendo 8.256 horas de atividades. No total, foram capacitados 113 magistrados, 1.223 servidores e 297 pessoas do público externo “para otimizar os recursos, investimos em parcerias e na realização de cursos auto-instrucional”, comemorou.

Compuseram a mesa de abertura o diretor da EJ6, desembargador Ivan Valença, o diretor da Escola de Contas do TCE-PE, conselheiro Ranílson Brandão Ramos, e o psicólogo clínico Rossandro Klinjey

Palestra - Rossandro Klinjey apresentou a palestra num tom descontraído. Iniciou descrevendo o atual momento delicado pelo qual passa não apenas o Brasil, mas todo o mundo. Para ele, crise é a palavra que melhor define este momento de transição social, sendo necessário evitar o que chamou de “torcicolo cultural”, que é o hábito de comparar o Brasil com países mais desenvolvidos. “Países não se comparam”, afirmou.

O psicólogo constatou que a automação da sociedade e as disrupturas tecnológicas são uma realidade que perpassam todas as áreas do conhecimento, tornando especialmente ameaçadas as atividades que envolvam um trabalho repetitivo. Para o estudioso, na atual conjuntura, os modelos antigos não são mais capazes de fornecer respostas, e um novo modelo ainda não foi estabelecido. “Da geração que tinha respostas para tudo, passamos para uma que não tem respostas nenhuma”, provocou, alertando que esse contexto de crises afeta profundamente o serviço público.

 

Explicou que atualmente as sociedades avançadas são aquelas que têm maior poder de adaptação e que o conhecimento é baseado em habilidades, sendo cada vez menos importante a formação acadêmica tradicional. Estes países investem em instituições públicas independentes, eficientes e atuantes. Para ele, o contribuinte tem que se sentir recompensado com cada centavo que investe para a manutenção dos serviços públicos. “No Brasil, as instituições não são fortes o suficiente para dar efetividade aos serviços prestados à população”, lamentou.

“O Brasil não tem maturidade institucional suficiente para acabar com a estabilidade no serviço público”, defendeu, ponderando que grande parte da classe política não assumiria a postura de tomar decisões baseadas exclusivamente em critérios que privilegiassem o interesse público do contribuinte. No entanto, ponderou que essa garantia constitucional foi dada para que a população receba do servidor e da administração o melhor deles, o que na prática não está acontecendo.

Por fim, constatou que o próximo alvo a ser atingido pelas estruturas disruptivas serão as instituições públicas. “Esta é uma realidade mundial. Pode até demorar, mas será demolidora, pois o contribuinte está percebendo que a entrega não está sendo realizada”, alertou. “No entanto, se cada um fizer sua entrega, o pacto social do país pode mudar. A motivação é de dentro”, concluiu.

Ladeando Klinjey (centro): desembargadores Ivan Valença e Dione Furtado; juíza Carmem Richlim; desembargadora Ana Cláudia Petruccelli; juiz Rodrigo Samico

Matéria de teor meramente informativo, sendo permitida sua reprodução mediante citação da fonte.
Divisão de Comunicação Social
Tribunal Regional do Trabalho da Sexta Região (TRT-PE)
(81) 3225-3216
imprensa[at]trt6.jus[dot]br

Texto: Gutemberg Soares
Fotos: Elysangela Freitas