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Cordel conta história da abolicionista Pureza Lopes Loyola

Fotos de pessoas segurando um cordel

Na noite da quinta-feira (2/2), na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região, aconteceu o lançamento do cordel “Nos adultos fui descrente até conhecer Pureza”, de autoria de Allan Sales, que conta a história de Pureza Lopes Loyola, a partir dos relatos do desembargador do TRT-6 Paulo Alcantara. A retratada é símbolo no combate à exploração do trabalhador, pois, a partir de suas denúncias, foi reconhecida a escravidão moderna no Brasil.

A jornada de Pureza começou quando, em 1993, seu filho caçula partiu para um novo trabalho, mas deixou de dar notícias. Sabendo que havia algo de errado e sem conseguir ajuda de autoridades, ela começou a busca sozinha. As investigações levaram Pureza a fazendas e garimpos que escravizavam trabalhadores. Lá, conheceu pessoas que passaram décadas sem receber salário, sem poder voltar para casa e vivendo em condições degradantes e com muita violência. O reencontro com o filho foi possível após três anos e, hoje, eles moram em Bacabal (MA).

O desembargador Paulo Alcantara é membro do Comitê Estadual Judicial de Enfrentamento à Exploração do Trabalho em Condição Análoga à de Escravo e ao Tráfico de Pessoas em Pernambuco e conheceu dona Pureza em novembro de 2022, quando ela compareceu ao Tribunal para a exibição do filme “Pureza”, que é baseado na história dela. “Eu gosto de ler desde criança. Leio sobre personagens míticos e heróis, mas eu nunca tinha conhecido um herói ou uma heroína de carne e osso”, falou o magistrado sobre o sentimento que teve a partir desse encontro. O desembargador tornou-se curador do acervo histórico da abolicionista, dando início à restauração de fotos e notícias que ela guardava da época em que tudo aconteceu. O conjunto inclui a medalha da Anti-Slavery International, que dona Pureza recebeu em Londres.

foto de Pureza Lopes segurando a medalha do Anti-Slavery International

Fé e amor foram os combustíveis para que Pureza Lopes seguisse em sua busca, que teve como resultado não só a volta para a casa de seu filho, Abel Lopes, mas também de 60 mil trabalhadores escravizados que foram libertos entre 1995 e 2022 pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel. O referido Grupo foi criado em decorrência das denúncias da abolicionista. “Eu podia morrer, mas antes eu tinha que ver meu filho”, falou a homenageada. O valor arrecadado com a venda do cordel será destinado à reforma das casas de dona Pureza e de seu filho. “Abel deu uma gaitada tão grande”, falou a heroína sobre a felicidade do rapaz ao saber que o imóvel será restaurado. Em dezembro de 2022, o desembargador Paulo Alcantara e o diretor do filme “Pureza”, Renato Barbieri, visitaram Bacabal.

O lançamento do cordel reuniu Pureza Lopes; o desembargador Paulo Alcantara; o cordelista Allan Sales; a representante da The Freedom Fund, Cecília Cuentro; e o assessor de gabinete Jaime Januário.

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Matéria de teor meramente informativo, sendo permitida reprodução mediante citação da fonte
Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6)
Coordenadoria de Comunicação Social (CCS)
imprensa[at]trt6.jus[dot]br
Texto: Helen Moreira / Fotos: Roberta Mariz