Publicada em 21/11/2025 às 18h31

Em celebração ao mês da Consciência Negra, o Comitê de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade e a Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região promoveram a Roda de Conversa “A branquitude como pilar dos racismos estrutural e religioso”. O evento, que ocorreu na manhã desta sexta-feira (21/11), no auditório da Ejud-6, serviu para refletir sobre os privilégios raciais e suas influências nas estruturas sociais, além de celebrar a cultura afro-brasileira e homenagear a população negra que luta diariamente por liberdade, equidade e dignidade.

O encontro foi aberto pela diretora da Escola, desembargadora Nise Pedroso, comentando que o momento é de reflexão sobre as contribuições da população negra para a construção do Brasil. “Desejamos, aqui, pontuar os esforço de conscientização da cultura e da realidade do povo negro para que não se perpetue a segregação social. Precisamos alertar para a importância da luta por uma sociedade mais justa, renovando o nosso compromisso com a igualdade de direitos para todas as pessoas, independentemente da sua cor, origem, raça ou crença”.
Entre as/os integrantes da roda de conversa estavam a escritora Denise Ferreira, assistente social no Tribunal de Justiça da Bahia, autora do livro "Direito Negrorreferenciado IV" e criadora do podcast “Adoção Sócio-Jurídico”; a pesquisadora Ana Passos, atuante nas áreas de relações raciais, formação sobre desigualdades raciais e práticas antirracistas; Pai Edson de Omolu, professor de História e coordenador da Tenda de Umbanda Caboclo Flecheiro D'Ararobá; e Mãe Fátima, presidenta do Afoxé Omó Obá Dê, vice-presidenta do Conselho Estadual de Saúde de Pernambuco e integrante do Comitê de Saúde da População Negra.

Mediado pelo servidor da Escola Judicial Mário dos Santos, o momento debateu o sistema de opressão e as relações éticas-sociais moldadas pelas ideologias históricas. Também esteve em pauta os episódios de preconceito, discriminação e assédio em ambientes laborais e a intolerância religiosa na sociedade. Os/as participantes discutiram, ainda, as políticas públicas, as ações afirmativas e o processo de educação como formas de erradicar o racismo, reforçando que a conscientização sem a ação não gera mudanças.

Ao final do evento, houve a apresentação cultural do Afoxé Omô Obá Dê, expressão viva da cultura e da espiritualidade afro-brasileira, sediado no bairro da Estância. A entidade realiza trabalhos sociais oferecendo aulas de percussão a jovens das comunidades vizinhas. O afoxé é considerado uma manifestação cultural e religiosa de matriz africana, que leva os rituais, as cantigas e os instrumentos de percussão, como o timbal, agbê, agogô e tantan, para apresentações e celebrações públicas.
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Texto: Fábio Nunes / Fotos: Juan Rodrigues


